sexta-feira, 22 de julho de 2011

Parnaíba uma cidade desigual

Um dia desses li uma interessante matéria jornalística que abordava de forma sucinta, a idéia de que as cidades iguais devem ser tratadas como iguais e as desiguais como desiguais. Logo fiquei pensando aqui com os meus botões.
No Piauí acontece um fato singular, as cidades desiguais são tratadas como se iguais fossem.
Diferente de todos os estados, o Piauí através dos seus governos ao longo do tempo, privilegiou o desenvolvimento, na exclusiva direção da Capital, criando um fosso abissal entre ela e o restante do estado. Por isso pagamos muito caro e somos hoje o estado mais atrasado do Nordeste.
Mais de 50% do PIB do estado concentra-se em Teresina, ficando Parnaíba em um inexpressivo, segundo lugar com 4%. Ai já dá para observar o tamanho do disparate. Isso é uma lástima. Os grandes parques industriais de Pernambuco, Bahia, Ceará, Sergipe e Rio Grande do Norte estão instalados fora das capitais, pulverizando o desenvolvimento de forma mais equânime. A propósito, há poucos dias o deputado federal Júlio César divulgou sua infeliz idéia, de tentar trazer uma montadora automobilística para Teresina. Por que não, para Campo Maior, Floriano, Piripiri ou Picos?
No Piauí existe uma média de cinco grupos de cidades, sendo grande a diferença entre eles. O 1º, exclusivo da Capital; o 2º, também exclusivo de Parnaíba; o 3º formado pelos municípios equivalentes --- Picos, Piripiri, Floriano e Campo Maior; o 4º constituído pelas cidades de Piracuruca, Esperantina, Barras, Luís Correia e mais algumas. O 5º composto pelo restante das cidades que, com algumas poucas exceções são equivalentes.
Parnaíba apresenta características de uma cidade grande no Piauí. Por isso, hoje emite evidentes sinais de que deve ser tratada como tal. Porém não é isso que vem acontecendo ao longo do tempo. Os governadores teimam, de forma injusta, em incluí-la no 3º grupo aludido. Isso é um absurdo. Os prefeitos não se impõem condignamente e o resultado de tudo é uma cidade, no que diz respeito às obrigações inerentes aos poderes públicos, com uma infinidade de problemas.
Na saúde pública o caos é intolerante, nosso hospital regional, Dirceu Arcoverde é tratado como se fosse de uma cidade pequena, não atendendo a grande demanda da urbe, fazendo o povo mais carente, de vítima. Os postos de saúde da família --- PSF também não atendem com a presteza desejada. Para piorar essa periclitante situação, nenhum hospital da rede privada mantém médicos de plantão, à noite e nos finais de semana.
No quesito segurança pública o descalabro é total. Parnaíba, de forma igual e injusta é tratada como se fosse uma cidade dos grupos menores, contando com apenas três distritos policiais, ficando a cidade à Mercê dos bandidos. Há poucos dias o governo estadual, numa demonstração de conhecimento míope e descaso com o problema, deslocou da Capital para cá, um forte aparato de policiais civis e militares do RONE --- Ronda Ostensiva de Natureza Especial ---, com o objetivo de amainar o problema num minúsculo final de semana, como se num passe de mágica tudo fosse resolvido. Tudo bem, a operação foi um sucesso e os celerados, pelo menos naquele período não tiveram sossego. Na segunda feira foram embora, deixando o campo novamente livre. Por que não, um destacamento do RONE, de forma permanente em Parnaíba? O número de policiais militares e civis da nossa cidade está subdimensionado.
Parnaíba, inexplicavelmente não possui um “Instituto Médico Legal” formalizado, proporcionando aos menos favorecidos, mortos vitimados por crime ou acidente, a humilhação de uma fétida sala no Hospital Dirceu Arcoverde, aguardando a boa vontade do médico legista.
O trânsito em Parnaíba é um descaso total, onde bicicletas, carros e motos, de forma entrópica produzem os inevitáveis acidentes, ceifando vidas preciosas. As motos táxis, em não sendo regulamentadas são em muitos casos, depositório de pilotos despreparados e oportunistas, pondo em constante risco, a vida no trânsito. A Guarda Municipal, responsável pela fiscalização está aquém das suas reais possibilidades, com um número mínimo de componentes.
O transporte público em Parnaíba é um acinte. Diferente de outras cidades do mesmo porte e importância, e igual a uma cidade qualquer, não existe um terminal digno no centro da cidade, nem tampouco ônibus. As Vans não atendem a grande demanda e nos finais de semana e feriados, num passe de mágica somem.
A Superintendência da AGESPISA região norte, sediada há tempos em Parnaíba, até que, no governo passado, em uma forma de tratamento igual a uma cidade desigual foi inexplicavelmente transferida para Piripiri; ficando aqui uma simples unidade gerencial, subalterna àquela cidade. Pasmem!
Concluo, na esperança de que haja um novo e benevolente olhar para Parnaíba, com o fim específico de inseri-la no contexto das cidades do seu porte e sua grandeza.

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