No Piauí acontece um fato singular, as cidades desiguais são tratadas como se iguais fossem.
Diferente de todos os estados, o Piauí através dos seus governos ao longo do tempo, privilegiou o desenvolvimento, na exclusiva direção da Capital, criando um fosso abissal entre ela e o restante do estado. Por isso pagamos muito caro e somos hoje o estado mais atrasado do Nordeste.
Mais de 50% do PIB do estado concentra-se em Teresina, ficando Parnaíba em um inexpressivo, segundo lugar com 4%. Ai já dá para observar o tamanho do disparate. Isso é uma lástima. Os grandes parques industriais de Pernambuco, Bahia, Ceará, Sergipe e Rio Grande do Norte estão instalados fora das capitais, pulverizando o desenvolvimento de forma mais equânime. A propósito, há poucos dias o deputado federal Júlio César divulgou sua infeliz idéia, de tentar trazer uma montadora automobilística para Teresina. Por que não, para Campo Maior, Floriano, Piripiri ou Picos?
No Piauí existe uma média de cinco grupos de cidades, sendo grande a diferença entre eles. O 1º, exclusivo da Capital; o 2º, também exclusivo de Parnaíba; o 3º formado pelos municípios equivalentes --- Picos, Piripiri, Floriano e Campo Maior; o 4º constituído pelas cidades de Piracuruca, Esperantina, Barras, Luís Correia e mais algumas. O 5º composto pelo restante das cidades que, com algumas poucas exceções são equivalentes.
Parnaíba apresenta características de uma cidade grande no Piauí. Por isso, hoje emite evidentes sinais de que deve ser tratada como tal. Porém não é isso que vem acontecendo ao longo do tempo. Os governadores teimam, de forma injusta, em incluí-la no 3º grupo aludido. Isso é um absurdo. Os prefeitos não se impõem condignamente e o resultado de tudo é uma cidade, no que diz respeito às obrigações inerentes aos poderes públicos, com uma infinidade de problemas.
Parnaíba, inexplicavelmente não possui um “Instituto Médico Legal” formalizado, proporcionando aos menos favorecidos, mortos vitimados por crime ou acidente, a humilhação de uma fétida sala no Hospital Dirceu Arcoverde, aguardando a boa vontade do médico legista.
O trânsito em Parnaíba é um descaso total, onde bicicletas, carros e motos, de forma entrópica produzem os inevitáveis acidentes, ceifando vidas preciosas. As motos táxis, em não sendo regulamentadas são em muitos casos, depositório de pilotos despreparados e oportunistas, pondo em constante risco, a vida no trânsito. A Guarda Municipal, responsável pela fiscalização está aquém das suas reais possibilidades, com um número mínimo de componentes.
O transporte público em Parnaíba é um acinte. Diferente de outras cidades do mesmo porte e importância, e igual a uma cidade qualquer, não existe um terminal digno no centro da cidade, nem tampouco ônibus. As Vans não atendem a grande demanda e nos finais de semana e feriados, num passe de mágica somem.
A Superintendência da AGESPISA região norte, sediada há tempos em Parnaíba, até que, no governo passado, em uma forma de tratamento igual a uma cidade desigual foi inexplicavelmente transferida para Piripiri; ficando aqui uma simples unidade gerencial, subalterna àquela cidade. Pasmem!
Concluo, na esperança de que haja um novo e benevolente olhar para Parnaíba, com o fim específico de inseri-la no contexto das cidades do seu porte e sua grandeza.
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